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24/11/2021

PANDEMIA MOSTROU O QUANTO O ESTADO EMOCIONAL INFLUENCIA NA TOMADA DE DECISÃO


    Para além dos ensinamentos gerados nas empresas por conta da pandemia, a crise sanitária expôs como os gestores lidam com um fator essencial na condução dos negócios, o processo de tomada de decisão. “Ficou evidente, durante a pandemia, o quanto o estado emocional das pessoas influencia nesse processo”, analisa o professor de pós-graudação, palestrante internacional e escritor Luciano Salamacha. Estudioso de neurociência e coordenador do exclusivo MBA Master em Neuroestratégia e o Pensamento Transversal®, Salamacha voltou a Bento Gonçalves em outubro para falar a alunos sobre os temas que dão título à pós, promovida pela Fundação Proamb e pela Esic Business & Marketing School.

    Para Salamacha, a pandemia despertou três emoções diferentes nos empresários, sendo o medo a primeira delas. “Era uma situação que as pessoas nunca haviam enfrentado e, por conta disso, a insegurança era muito forte na hora de se tomar uma decisão”, diz. Depois, vieram a ansiedade, com o desejo de que tudo voltasse ao normal, e a aceitação, quando as pessoas passaram a conviver com as restrições. “Em cada uma dessas situações, o estado emocional das pessoas é que ditou o ritmo da tomada de decisão”, observa o professor.

    Além da aceleração tecnológica, com a implementação compulsória de modelos de relacionamento online, a pandemia trouxe outros benefícios na visão do também consultor empresarial. Um deles foi a revisão racional – portanto “desprovida de emoções – sobre a continuidade de determinadas atividades e processos dentro das organizações que, efetivamente, não agregavam valor ou geravam resultados.

    Outro, ainda, foi a percepção dos profissionais sobre sua própria responsabilidade no aprendizado de novas competências, estabelecendo um questionamento por parte das empresas sobre o que os profissionais aprenderam durante o período pandêmico. “Alguns negócios foram extremamente beneficiados por esse novo comportamento das pessoas, como por exemplo, os de bens e serviços ligados ao conforto do lar, sistemas de delivery não apenas de alimentação, mas de uma forma geral”, diz. Mas, claro, a pandemia também trouxe ônus. “O aspecto negativo está relacionado aos traumas vividos pelos integrantes das equipes, que, de uma forma mais que compreensível, impactaram emocionalmente as pessoas”.

    Ele também afirma que foi possível identificar uma mudança no perfil dos gestores, tanto positiva, como negativamente. No primeiro caso, Salamacha destaca a capacidade de alguns em agir com firmeza em busca de renegociação de contratos com fornecedores, cancelamento de encomendas e repactuação com clientes. Por outro lado, cita que a demonstração de insegurança na hora de agir em ambiente de total incerteza transferiu esse sentimento para a equipe. “Por consequência, isso enfraqueceu a capacidade de resiliência de todos”.

    A pandemia trouxe como consequência direta um maior imediatismo na situação cotidiana das empresas, algo até justificável durante a primeira e a segunda ondas, diz Salamacha. “A necessidade de sobrevivência passou a ser um pilar das decisões diárias, afastando a visão de longo prazo da mente dos profissionais”.

    Porém, com a elevação no grau de imunização da população, a visão de longo prazo passou a ter forte relevância novamente. Mas há um problema aí, porque o método tradicional de analisar variáveis e projetar o futuro utiliza comportamentos passados como referência. Com o período da pós-pandemia, as referências do passado não são mais suficientes, analisa o professor. E o que é pior, alerta, podem ser indutoras de erros graves sobre o que pode acontecer daqui para frente. A saída é ter um processo decisório mais sofisticado. “É preciso uma ponderação equilibrada entre a racionalidade e o processo intuitivo. O ambiente está propício para empreendedores com a capacidade de descartar crenças limitantes e agir com a mente aberta para perceber novas oportunidades”, opina.

    Buscar esse processo decisório mais sofisticado passa por caminhos ligados ao autoconhecimento, à autogestão, às interrelações e às interdependências – exatamente o que os alunos do MBA estão vendo. Assim, a neuroestratégia age como uma forma de preparar as pessoas para circunstâncias inesperadas, como no caso da pandemia, por exemplo.

    O autoconhecimento desenvolvido mediante técnicas de neurociência ajuda a pessoa a identificar quais são os elementos fisiológicos e psicológicos, tanto conscientes quanto inconscientes, que a levam a tomar uma determinada decisão, ensina Salamacha. Mas não apenas isso. “A partir desta consciência decorrente da habilidade de identificação do próprio comportamento, o profissional consegue evoluir no processo de autogestão, em que não apenas o reconhecimento de seu comportamento existe, mas também são incorporados gatilhos mentais e técnicas para a melhoria das reações diante dos estímulos recebidos”, comenta.

    Na sequência, o cuidado se expande nas relações com outras pessoas, fazendo com que a habilidade de identificar o próprio comportamento seja aplicada na observação do modus operandi das demais pessoas envolvidas. “Os níveis de liderança e de colaboração são sensivelmente elevados, gerando resultados positivos não apenas para a pessoa, mas para todos a sua volta”, comenta. Por fim, o processo se completa mediante a identificação das relações em que há interdependência, momento em que somente o trabalho colaborativo permite o alcance de resultados satisfatórios.

    E tudo isso fica mais fácil quando há um cenário econômico favorável. Salamacha está otimista com a economia não apenas para o próximo ano, mas também para os seguintes. Coloca isso na conta de o Brasil ter uma atividade econômica que costuma ser ágil nos momentos de retomada. “É também flexível para se adaptar a ambientes instáveis e, principalmente, tem uma população que, diferentemente de países considerados de primeiro mundo, tem em sua história recente uma forte formação voltada à adaptabilidade diante de mudanças”, pondera um dos mais requisitados consultores de negócios do país e professor da FGV.

    Para ele, apesar da instabilidade do cenário político, há um estado de direito em que as instituições são respeitadas, estimulando o investimento externo em nosso país. Apenas uma situação pode desestabilizar a situação, em sua visão: uma variação do vírus que venha gerar um forte impacto mundial ou uma crise financeira decorrente de uma instabilidade na China. “Não se vislumbra elementos macroeconômicos que justifiquem um período futuro marcado por recessão ou baixo crescimento. Ao contrário, em se mantendo a estabilidade na retomada segura das atividades da população, ainda que mantidas restrições como o uso de máscaras e do álcool em gel, a retomada do consumo interno sinaliza forte potencial de incremento e, consequentemente, estimula otimismo quanto ao cenário futuro”


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